Descubra quem somos e o trabalho que desenvolvemos no Arquivo de Ciência e Tecnologia neste vídeo. Para saber mais sobre a origem deste Arquivo e como foram dados os primeiros passos, confira os textos mais abaixo.
O Arquivo de Ciência e Tecnologia
O Arquivo de Ciência e Tecnologia (ACT) tem na sua génese o espólio arquivístico que a Fundação para a Ciência e a Tecnologia tem herdado ao longo dos anos. Trata-se de um espólio que se encontra bem preservado, tendo sobrevivido, contra o que tem acontecido com importantíssimos acervos públicos e privados, a voragens, abandonos e até destruições provocados por razões de ordem muito diversa.
No seu conjunto, é um acervo único e de inegável interesse e qualidade histórica, que acompanha e repercute a textura e a atividade cultural e científica portuguesa desde os meados do século XX até à atualidade, a forma como se desenharam, estruturaram e desenvolveram estratégias e políticas de enquadramento dessa atividade, as relações que se estruturaram e aconteceram em sede nacional e internacional entre os diversos tipos de organismos, públicos ou privados, de alguma forma ligados à vida científica.
O trabalho já realizado vem confirmar o interesse e valorizar a existência do Arquivo de Ciência e Tecnologia, o primeiro Arquivo do género existente em Portugal, e, nesse sentido, enaltecer e reforçar a responsabilidade da sua salvaguarda como fonte primária essencial para a história da organização da atividade científica em Portugal desde meados do século XX, tanto na dimensão nacional como internacional.
Em 2011, a Fundação conseguiu reunir praticamente todo o espólio arquivístico, disperso por vários depósitos, num único situado nas caves do edifício sede, na Av. D. Carlos I, em Lisboa, criando simultaneamente condições para a existência de um espaço de atendimento ao público.
O ACT foi formalmente inaugurado e aberto ao público, a 16 de dezembro de 2011, numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, da Secretaria de Estado da Ciência, Leonor Parreira, do Professor José Mariano Gago, do Dr. Mário Soares, do Professor José Mattoso, entre outras personalidades.
É missão do Arquivo de Ciência e Tecnologia o tratamento, a preservação e a divulgação do património arquivístico à guarda da FCT, e outros com interesse científico e histórico, contribuindo deste modo para a preservação da história e memória da ciência e da tecnologia em Portugal.
O projeto de tratamento documental
Considerando o inestimável valor científico e patrimonial do seu acervo, a FCT celebrou um protocolo de colaboração com o Instituto de História Contemporânea (IHC) da NOVA FCSH, em 2008, com o objetivo de promover o tratamento e a organização indispensáveis à sua preservação, divulgação e estudo. Todo o trabalho desenvolvido no âmbito deste protocolo contou também com o acompanhamento técnico da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB).
Desde 1967 que a documentação produzida, primeiro pela JNICT, depois pela FCT, não teve qualquer tratamento arquivístico. Por outro lado, o crescimento documental das últimas décadas, bem como a integração de acervos de instituições públicas entretanto extintas levou a que no início do projeto tivessem sido contabilizados cerca de 4.000 metros lineares de documentação, dispersos por vários depósitos.
O primeiro passo foi a preparação do “Relatório de Avaliação de Documentação Acumulada para a Fundação para a Ciência e a Tecnologia”, apresentado em 2010 à então Direcção-Geral de Arquivos (DGARQ), atual Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB). O parecer favorável da DGARQ, recebido em março de 2010, permitiu dar continuidade ao trabalho: eliminação de documentação sem valor arquivístico, por um lado, e início da descrição e inventariação da documentação de conservação permanente, por outro, em sistema de descrição normalizado.
Para melhor organização e desenvolvimento do trabalho, foi também desenvolvido o estudo orgânico-funcional das entidades produtoras de documentação.
O trabalho de tratamento do Arquivo tem proporcionado a (re)descoberta de uma documentação inestimável para o estudo da temática geral da política e da organização da ciência em Portugal e das diversas áreas científicas e instituições associadas, entre diversas outras dimensões, comprovando a importância deste espólio. Trata-se, conforme descrito, de um conjunto documental único, de grande valor intrínseco e essencial para o aprofundamento do estudo da atividade cultural e científica portuguesa desde os meados do século XX até à atualidade em múltiplos domínios.
O facto de se encontrar preservado, organizado e disponível à consulta pública, a que se tem somado a integração e disponibilização de espólios pessoais, valoriza ainda mais a ação e o trabalho promovido pelo ACT.
Ao nível do arquivo corrente, e no âmbito deste projeto de tratamento e organização do património documental da FCT, resultou também a produção de dois instrumentos de gestão documental essenciais à gestão documental: um Plano de Classificação para a FCT e a publicação do Regulamento de Gestão de Documentos da Fundação para a Ciência e a Tecnologia – Portaria n.º 194/2011 de 16 de maio – com a respetiva tabela de seleção anexa.
Entretanto, a FCT deu também início à implementação e funcionamento de um sistema de gestão documental, ferramenta indispensável ao bom funcionamento da instituição. O Sistema Eletrónico de Gestão de Arquivo (SEGA) funcionou na FCT de abril de 2011 a novembro de 2018, altura em que se evoluiu para um novo sistema, o Documenta, desenhado e desenvolvido em resposta às necessidades da FCT em termos de gestão eletrónica de documentos de arquivo.
Outubro de 2024